Morador de Paulínia que consumir mais água vai ser penalizado pela Sabesp

Os consumidores de Paulínia que aumentarem o gasto de água vão ser penalizados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp). O secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, disse, durante a posse do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que, já neste mês, o governo do Estado quer abrir uma discussão com a Região Metropolitana de Campinas (RMC) para que o sistema de multa adotado pela Sabesp seja seguido por todos os municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC), entre os quais está Paulínia, para incentivar a redução do consumo de água.

O governo considera importante que as cidades que também tenham empresas próprias de saneamento adotem medidas para premiar quem reduzir o consumo e cobrar uma tarifa mais cara daqueles que consumirem acima da média. A multa para o excesso de consumo já vale, desde o último dia 1º, nos municípios atendidos pela Sabesp.

Bônus escalonado

A Sabesp vem adotando um sistema de bônus escalonado: imóveis que reduzem em 10% ou 15% têm desconto de 10% na conta. Aqueles que diminuem o gasto entre 15% ou 20% recebem bônus de 20%. O cálculo é feito em relação à média de consumo entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. O balanço mais recente aponta que 49% dos clientes da Sabesp tiveram o bônus porque reduziram em pelo menos 20% seu consumo. Outros 26% economizaram, mas não receberam a bonificação. 

Ainda de acordo com a companhia, 25% gastaram mais água do que a média.
No caso da multa, já válida nas cidades atendidas pela Sabesp, a chamada “tarifa de contingência” será de 20% para quem consumir até 20% a mais (em relação à média de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014) e de 50% para quem ampliar o consumo além desse patamar. 

Se preparar para o pior

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) começa seu quarto mandato dando uma espécie de cavalo de pau na gestão dos recursos hídricos do Estado. No lugar dos discursos mais tranquilizadores de que a crise do abastecimento de água é um fenômeno decorrente da falta de chuva, passa a adotar um tom mais agressivo, o de que São Paulo tem que se preparar para o pior.

E, em vez de medidas que apenas contornam temporariamente a crise, vai partir para algo mais definitivo e estuda trazer água da Represa Jurumirim, no Alto Paranapanema, a cerca de 220 quilômetros da Capital e orçada em quase R$ 10 bilhões, ou captar água no Rio Juquiá, no Vale do Ribeira.

Solução cara

A nova proposta de estudo das alternativas para enfrentar a crise hídrica — captar água na Represa Jurumirim, no Rio Paranapanema, a Oeste da Grande São Paulo — foi elogiada pelo diretor da Associação Água para Todos, José Roberto de Oliveira e Silva. “Essa alternativa foi apontada no estudo dos recursos hídricos da macrometrópole. É uma solução cara, mas vai trazer tranquilidade ao abastecimento. E, quanto menos água a Grande São Paulo tirar do Cantareira, mais tranquilidade no abastecimento da região de Campinas existirá.”

 

Para ele, é uma alternativa interessante porque a represa é uma das poucas que não sofre com poluição e tem água de boa qualidade. O projeto da macrometrópole sugeriu que o transporte da água até São Paulo fosse feito por adutora paralela à Rodovia Castelo Branco e distribuída para as cidades ao longo de 220 quilômetros.

O Sistema Cantareira já opera com menos de 7% da capacidade. O volume armazenado contabiliza a segunda cota do volume morto. No ano passado, o Cantareira registrou queda em mais de 90% dos dias.Subiu apenas em nove dias e, em outros 24, se manteve estável.

Situação do Atibaia

Apesar das chuvas que caíram na região de Campinas, a situação no Rio Atibaia, que abastece a cidade, ainda é de atenção e a luz segue amarela, segundo a Sanasa. A chuva ajudou e melhorou a situação, mas o ideal é que ela caísse na região do reservatório do Cantareira, como diz o coordenador de comunicação da Sanasa, Marcos Lodi, A situação no Cantareira ainda é preocupante e as chuvas não podem parar, segundo Lodi.

Pensando em 2015 e no período de estiagem, a Sanasa aumenta o número de reservatório de água tratada em até 65 em algumas regiões na cidade. Isso aumenta de 6 para 12 horas de abastecimento ininterruptos. Além disso, a Sanasa realizou um estudo, que será divulgado em breve, para que Campinas tenha um reservatório, porém, o trabalho da população ainda é fundamental.

Apesar da crise e alguns pontos onde pessoas andaram por quilômetros para buscar água, a cidade de Campinas não passou por um racionamento oficial.

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar

Variedades

Oportunidades