Acusado de furtar móvel com documentos, diretor afirma que apenas cumpria obrigação

Durante a cerimônia de posse, outro contratempo. A Guarda Municipal recebeu a informação de que um funcionário estaria subtraindo documentos de dentro da Prefeitura. O ex-vereador Emerson Eduardo dos Santos, o Gordura, foi abordado, à noite, quando deixava o prédio da Prefeitura com um móvel escondido dentro de seu veículo. A abordagem foi feita pela Guarda Municipal que fazia a vigilância no entorno da Prefeitura.

Os guardas acharam estranho a movimentação do veículo na garagem privativa do prédio público e o interceptaram ainda quando ele abria o portão para indagar o que Gordura fazia no local. Já se passava das 20h30. Eles viram o móvel e teriam entrado sem consentimento no local, cujo acesso não é aberto ao público. O então diretor não informou o motivo de estar levando o móvel embora. Ele foi conduzido à Delegacia de Paulínia. Segundo investigadores da polícia, o gaveteiro estava bem pesado. 

O diretor do Paço Municipal alegou que havia apanhado o móvel atendendo solicitação de uma funcionária do gabinete do prefeito afastado Edson Moura Júnior, que estava preocupada em não poder entrar mais no Paço Municipal e retirar documentos pessoais que estavam no móvel. O delegado de polícia de Paulínia, Marco Antônio Evangelista, informou que outros documentos que não só os pessoais da funcionária foram encontrados e que, por isso, a funcionária seria chamada para dar explicações.

O delegado de Paulínia afirmou também que não viu nenhum crime ou contravenção na atitude de Emerson Gordura, pois não houve danos ao patrimônio público e nem furto, já que o mesmo ainda era funcionário da administração e tinha total acesso ao Paço. Diante disso, Gordura foi liberado pelo fato de não ser configurado flagrante.

O móvel - uma espécie de gaveteiro de aço, tinha o emblema da Prefeitura e estava no banco de trás do carro. A peça estava fechada e supostamente guardaria documentos oficiais. O móvel foi apreendido e o delegado deve solicitar perícia para avaliar quais materiais havia nele e a quem pertenciam. Pavan informou que também irá averiguar o caso.

Nota de Gordura

Em nota encaminhada à redação do Jornal de Paulínia, Gordura se defendeu da acusação e declarou que estava apenas cumprindo sua função.  Ele afirmou que“o povo conhece a minha história de honestidade e trabalho sério por Paulinia” e que “houve uma arbitrariedade enquanto eu tentava sair do Paço Municipal,no uso das minhas atribuições, para levar um simples gaveteiro/escrivaninha,de arquivo pessoal a pedido da secretária do prefeito, Adriana Inácio de Oliveira ,com seus pertences para que a mesma pudesse retirá-los e após devolvê-lo. Quando abri o portão privativo fui abordado e hostilizado por vários guardas municipais sem farda que invadiram a garagem sem autorização”. Ele citou que um desses guardas era o Edson, conhecido por Formiga, que teria dito na ocasião que estava lá "em nome do meu prefeito".

Segundo, o então diretor do Paço, os guardas “estavam fortemente armados” e teriam agido com abuso de poder se do abuso de poder “com armas em punho em direção ao meu carro”. Ainda de acordo com ele, após abordagem os guardas chamaram uma viatura da corporação.”Como eu não tinha a chave do gaveteiro, me foi solicitado para que, conduzindo o meu próprio carrro, eu fosse até à Delegacia de Polícia, apenas para abertura e averiguação do conteúdo do gaveteiro”.

“Simplesmente prestei esclarecimentos e fui liberado prontamente, por não haver nada que me comprometesse”, informou ainda Gordura, que disse também declarou o ocorrido em reportagem apresentada no Jornal da EPTV 1ª edição do último sábado (7), “onde esclareci bem os fatos”, conforme afirmou

O ex-vereador finalizou afirmando que vai representar contra os guardas junto ao Ministério Público, Comissâo de Direitros Humanos da OAB, Corregedoria da Guarda Municipal e Delegacia local, para que seja devidamente apurada a questão que ele considerou “uma covardia”.