Dengue e crise no abastecimento de água colocam todas cidades da região em alerta

 

 

Conselho da RMC propõe ações conjuntas e liberação de verba para campanha de conscientização em todda a região

O Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (CDD-RMC) aprovou, na terça-feira (15), a liberação de verba do Fundocamp (Fundo de Desenvolvimento Metropolitano) para o combate à dengue e à crise hídrica. O órgão propôs que os municípios que integram a RMMC, entre os quais Paulínia, atuem em conjunto e promovam ações de conscientização em televisão, jornais impressos, além de folhetos que serão entregues em toda a região. A estimativa é que sejam gastos, pelo menos, R$ 500 mil com a ação.

Até o final de março, a região já tinha registrado 6.562 pessoas com a doença, concentrando mais de 35% dos casos de dengue registrados em todo o Estado. O número de mortes provocadas pela dengue na RMC já soma quatro casos, enquanto outros seis óbitos estão sob suspeita.

A situação na região chegou a tal ponto que o próprio prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), que não costuma comparecer aos encontros do CD-RMC, esteve presente na reunião realizada terça em Pedreira para relatar pessoalmente sobre o aumento repentino da procura de pacientes suspeitos de ter contraído a doença e, ao mesmo tempo, se queixar que pelo menos 30% dos atendimentos são de moradores de outras cidades.

A mesma queixa também foi feita por outros municípios que têm rede de saúde bem estruturada, como Paulínia, que também tem recebido, nas últimas semanas, um número maior do que o normal de cidades vizinhas,principalmente de Sumaré, que passa por um grande surto de dengue, inclusive já tendo registrado pelo menos duas vítimas fatais.

Para o prefeito de Campinas, é preciso que as cidades se mobilizem de forma conjunta porque na sua situação,, mesmo com bastante casos, a cidade faz fronteiras com outros municípios. “Não adianta a gente fazer uma limpeza em determinada região, como a Noroeste, e Hortolândia e Monte Mor, por exemplo, não fazerem o mesmo do lado deles, já que estão do lado”, observou Jonas.

O prefeito de Vinhedo, Jaime Cruz (PV), reforçou a argumentação do colega campineiro lembrando que seu município chega a tratar até 13% da população de outras cidades. “Então, a prevenção também tem que partir de forma conjunta”, enfatizou.

“Primeiro, começou com a estiagem fora de época. Depois, essa epidemia de dengue que está na região toda. Por causa disso, o conselho precisou agir, e já que foi aprovado na reunião de hoje (terça), agora é começar a trabalhar”, explicou o presidente do CD-RMC, Fernando Fiori de Godoy (PTB), também prefeito de Holambra.

“É importante trabalharmos juntos, pois essas questões não têm barreira, principalmente a dengue”, ressaltou.

Ainda segundo Dr. Fernando, desde novembro o CD-RMC discute a crise hídrica. “às vezes uma ideia é plantada, mas demora para acontecer e às vezes é preciso uma crise como essa para que aconteça mais rápido”.

Recomendações
Aos primeiros sintomas da dengue (febre, dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos), a recomendação do Ministério da Saúde é procurar o serviço de saúde mais próximo e não se automedicar. Quem usa remédio por conta própria pode mascarar sintomas e, com isso, dificultar o diagnóstico.

Para diminuir a proliferação do mosquito, é importante que a população verifique o adequado armazenamento de água, o acondicionamento do lixo e a eliminação de todos os recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do mosquito. Além disso, é essencial cobrar o mesmo cuidado do gestor local com os ambientes públicos, como o recolhimento regular de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias.

Inércia

A ação do Conselho da RMC ocorre depois de a imprensa regional e local ter noticiado amplamente o aumento de casos de dengue em contraposição à falta de iniciativas do poder público para enfrentar a situação. Pouco ou quase nada foi feito até o momento, a não ser iniciativas isoladas de algumas prefeituras para promover ações, embora tardias, de limpeza de terrenos e residências após a constatação da epidemia.

O mesmo também tem se verificado em relação à crise no abastecimento de água na região. Diariamente tem se noticiado que o Sistema Cantareira está no nível mais baixo de sua história por conta da estiagem dos últimos meses e que em breve teremos um sério colapso no abastecimento, cujas consequências devem ser as piores possíveis para a população. E também, igual ao caso da dengue, até o momento se falou muito no problema, mas nenhuma atitude concreta foi tomada até agora.

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