Sibipiruna a 'dama de ouro' da primavera


 A florada amarela da popular “coração de negro” começou na semana passada

 

Entre os ipês rosa e roxo, considerados os reis da primavera, surge a florada de uma típica árvore das ruas do interior paulista: as sibipirunas.
O nome pode até ser desconhecido pela maioria da população, mas sua intensa florada na cor amarela é impossível de não ser notada nesta estação.
Sua alta copa florida e os tapetes de flores formados no chão apelidaram a árvore de dama de ouro. Também conhecida como coração de negro (devido ao formato de um coração nas suas sementes) as sibipirunas predominavam o paisagismo urbano nas décadas de 40 e 50.
A imponente árvore, que chega a atingir até 18 metros de altura, dominava a paisagem das avenidas, ruas e praças de Cosmópolis, Paulínia, Artur Nogueira, e outros antigos distritos campineiros. A fácil adaptação da espécie, rápida formação e, principalmente a beleza paisagística, popularizaram a árvore no Estado.

Sibipirunas em Cosmópolis
Nos anos 40, seguindo um projeto da capital, onde a espécie estava sendo utilizada na arborização de vias públicas e reflorestamento de áreas, a Prefeitura de Campinas começou a formar os primeiros viveiros de sibipirunas. As mudas começaram a ser plantadas nas principais vias da cidade, sendo utilizadas principalmente na arborização dos cemitérios municipais. A prefeitura seguia o mesmo projeto em todos os distritos campineiros, como Cosmópolis, Barão Geraldo, Artur Nogueira e Paulínia.
A Avenida Ester, entornos da Praça Major Arthur Nogueira (popular Praça do Coreto) e o Cemitério da Saudade, foram os primeiros locais a receberem as mudas de sibipirunas, em Cosmópolis. Desse período restam apenas três árvores na Avenida Ester e outras cinco no Cemitério.
Mesmo a espécie chegando até os 100 anos, um dos agravantes da sua extinção em muitas cidades, é a exposição das suas raízes nas calçadas. Com o desenvolvimento da árvore e, a falta de um espaço específico para absorver água, as raízes começam a sobressair na superfície buscando água e respiro, elevando o calçamento e destruindo guias.
Seu tamanho é outro fator agravante nas cidades, plantadas próximas à rede elétrica, a poda sem controle das companhias de energia, dizimou as sibipirunas de muitas vias.

A popularização na década de 50
A popularização da sibipirunas no interior surgiu através de um antigo decreto do governador Lucas Nogueira Garcez (1951-1955) que, na década de 50, iniciou um plano de arborização das cidades paulistas.
As novas construções somente tinham seus projetos liberados pelas prefeituras, quando o proprietário plantasse uma árvore na calçada.
A popularização das sibipirunas no interior surgiu através dos viveiros de mudas da Prefeitura de Campinas, na época um dos maiores produtores botânicos do Brasil.
A fácil germinação da espécie, natural da mata atlântica, enchia os viveiros campineiros, atraindo prefeituras de várias cidades do estado, criando nestes municípios novos viveiros para abrigar as mudas.
Com o decreto estadual e a sobra das mudas em Campinas, as prefeituras da região intensificaram o plantio das sibipirunas na maioria dos espaços públicos dos municípios.
Dessa nova fase das sibipirunas em Cosmópolis, existem árvores na região do Hospital Beneficente Santa Gertrudes, Praça Major Arthur Nogueira, ruas Campinas, Expedicionários, escolas municipais como a Nicolau Nolandi (antiga E.E.P.G), Rodrigo (entornos da Praça Kennedy) e EMEI Esther Nogueira.

Florada termina em novembro
A sibipiruna perde parcialmente suas folhas no inverno, formando as vagens de sementes. Nesse período a árvore é facilmente conhecida pelos estalos das vagens, estourando entre as folhagens, espalhando suas sementes nos arredores.
A floração começa nas primeiras semanas de setembro, intensificando-se na primavera até novembro. Suas flores amarelas em cachos, onde primeiro abrem todas as flores da metade de baixo, depois as da metade de cima, são marcas da espécie.

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